Sobre escolhas



Sobre escolhas


Frequentemente, nos perguntamos o que mudaria em nossas vidas, caso tivéssemos feito outras escolhas no passado. E se eu tivesse conseguido o que não consegui? E se eu não tivesse conseguido o que consegui? Isso nos leva a imaginar mais e mais.
Você poderia ter insistido naquele relacionamento e agora estar viciada em rivotril, acordando com aquela pessoa todos os dias pra uma vida arrastada.
Você poderia ter conseguido aquele emprego maravilhoso, onde tudo parecia ser melhor, mas ia se deparar com colegas e até superiores puxando seu tapete e boicotando seus projetos.
A questão aqui é que cada escolha nos trouxe até onde estamos, com nossas conquistas, nossas derrotas, nossos defeitos, nossas defesas. O que não aconteceu e o que aconteceu, foi o melhor para o momento. Mas isso não quer dizer necessariamente que está bom desse jeito. As escolhas erradas, nos fazem voltar uma casa e ver onde erramos, para enxergarmos o erro, aprender humildemente e não mais repetir. As escolhas certas significam que nesta etapa, fomos na direção certa, porém outras etapas virão. Em qualquer situação, não podemos desistir, vitimizar nem envaidecer. Nossas escolhas afetam as pessoas ao redor, inevitavelmente. E aí entramos no mundo do outro, pois as escolhas deles também nos afetam. A grande diferença, é que não podemos controlar o que chega até nós, apenas o que faremos quando chegar.
E o que muda? Muda o fato de que, dentro de alguns anos, iremos pensar que não poderíamos ter feito diferente. E o fantasma do “SE” não nos assombrará a consciência.
E não importa o passado, quando o transformamos em aprendizado, quando o aceitamos humildemente, ele vira uma etapa concluída. Um local que não precisamos mais visitar com dor ou remorso, apenas como um lembrete de como não proceder.
Vale lembrar que aprendemos muito com a adversidade nas pequenas coisas. Aquele bom dia enfezado que você deu ao porteiro (se é que deu, também tem isso), poderia mudar o dia dele. Assim como num dia péssimo, para você, um sorriso faria toda diferença.
Mas voltando ao fantasma do “SE”. Não deixe que ele te persiga. Com certeza, se você tivesse optado por outras escolhas, você seria uma pessoa diferente sim.
A pergunta é: Até que ponto esse diferente seria positivo? Nunca saberemos. Arrisco dizer que seria um diferente ruim.
Agora você pode mudar, agora você pode começar, recomeçar e agora você pode terminar. Agora você pode pensar e escolher se a pergunta que vai ecoar na sua mente será “E se eu tivesse feito diferente? ” ou “Agora que fiz conscientemente, qual o próximo passo?”.
Sem esquecer que o medo faz parte e ele não é senhor das suas decisões. Ele é apenas um dosador da sua coragem e da intensidade do seu objetivo.

"Sempre em frente. Não temos tempo a perder...
Temos nosso próprio tempo."

Gradicido...


De quem é para eu dar o crédito?

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A cultura da pornografia e Fernanda Gentil

Muito já se falou sobre o poder da pornografia na vida de homens e mulheres entretanto mais na vida dos homens, pois esses são os maiores consumidores de pornografia digital. Basta um clique e todo um mundo de fotos, videos e fetiches pulam na frente de quem os anseia por assistir. 
Não há nada de errado com um pouco de pornografia para apimentar a vida de casais, para satisfazer a curiosidade dos adolescentes, para aliviar tensões.

O grande problema da pornografia reside hoje em dia na quantidade de horas que uma pessoa passa em frente a tela do computador procurando por isso e fazendo com que o mundo a sua volta deva parecer um filme pornográfico. Não é incomum encontrar hoje homens que acham que suas parceiras, namoradas, esposas, peguetes precisam se comportar como as grandes estrelas da indústria pornô e que se elas não fazem o que as estrelas fazem....Bem, elas então não gostam tanto de sexo quanto eles, não são tão boas de cama e não dão a seus homens todas a sorte de fantasias e malabarismos que eles pensam ser o ideal do sexo.
A nossa sociedade anda se esquecendo que o sexo traz um sentimento, uma sensação e um alívio das tensões muito temporários. O sexo não define sentimento se você está a procura dele. O sexo não define quem somos se estamos a nossa procura nessa roda viva louca que é a vida. Há pessoas assexuadas e que vivem bem com isso, se definem em gênero porém não tem necessidade de sexo. O pornográfico é o que foi criado para ser, uma válvula de escape em momentos em que a pessoa sozinha ou enquanto casal sente prazer consigo mesma, Porém que fique claro que jamais essa procura deva se tornar um hábito perigoso para a forma como se olha para as demais pessoas.
Homens e mulheres não devem esperar que o outro seja um atleta ou acrobata sexual para que lhe satisfaça o que ele começou a achar que deve ser o ideal visto na indústria. 
Na esteira do hábito da pornografia, aparecem fetiches geralmente com as mulheres que se caracterizam pela adoração de ver duas mulheres juntas. 


O comentário do twitter só mostra um ávido consumidor de pornografia, que considera que ver duas mulheres juntas é excitante e lindo porque em sua homofobia, as mulheres são consideradas como objetos de prazer e os homens como seres que precisam ser respeitados e tolerados. Essa é uma frase que gera muitas questões: Se não fossem lindas, será que seria tão bem aceito? Se não fossem famosas será que seria tão bem elogiado? Se fossem homens, será que seriam atacados verbalmente ou até fisicamente? 
O lugar na mulher na pornografia é de subserviência ao homem. Ela deve ficar desse jeito, abrir a boca daquele jeito, aceitar tapas, humilhações e maus tratos e deve parecer que gosta de tudo isso. Será que não devemos parar de romantizar e "sexualizar" os abusos?
Fica a minha reflexão feminista sobre o assunto. 

Lu Mendes

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A religião do desapego


O desapego a roupas, objetos e memórias é agradável e necessário enquanto terapia comportamental. O que não nos serve mais, não nos encaixa, não nos faz bem deve ser mesmo reciclado, jogado fora e exterminado. O único pensamento que acho desagradável nos dias atuais é a modinha do desapego à pessoas. Tal moda veio com tanta força nas cabeças da nossa sociedade que me arrisco a chamar de A Religião do Desapego...


O desapego dos dias atuais é como diz esse tipo de dicionário uma condição da pessoa que demonstra falta de amor, desinteresse, empatia e desprendimento total por outras pessoas. 
O desapego é uma atitude necessária quando passamos por uma situação de sofrimento, quando não podendo prolongar mais uma relação que nos faz mal, a única saída é se afastar, esquecer, queimar fotografias, excluir do facebook, bloquear no whatsapp, esse é excelente. Só que as pessoas estão confundindo desapego com licença para magoar.
Há muitas pessoas hoje, não poucas que adotaram a Filosofia do desapego para tudo na vida. Elas desenvolveram ou fingiram desenvolver uma certa apatia pelas pessoas e seus sentimentos e insistem em nutrir amores insanos por coisas, bichos, vícios e baladas. Nada contra o que cada um escolhe para sua vida, mas esse comportamento se tornou enfadonho de observar e muitas vezes de constatar que o desapego tão berrado aos quatro cantos e tão supervalorizado, no fundo nem é tão levado a sério assim. As pessoas só querem parecer descoladas e a prova de sentimentos e tristezas. Mas será que realmente conseguimos ser assim tão descolados e a prova de tudo?
Somos seres sociais por natureza. Junto a essa característica vêm os sentimentos que nutrimos por aqueles que são mais caros, mais próximos, mais confiáveis, mais desejáveis e por fim acontece a paixão. Eu me arrisco a dizer que não existe uma vida sem paixão. Podemos até estarmos apaixonados por uma idéia, um ídolo, um hobby, mas uma vida sem paixão, não é uma vida bem vivida. É uma vida calculada para tudo dar certo de forma que não haja sofrimento futuro. Mas as pessoas se esquecem que nem sempre está em nossas mãos o poder de prever os sofrimentos futuros e  que alguns apegos são impossíveis de se evitar. 
Há os que digam que são incapazes de se apaixonar, de se apegar, de nutrir afeto por outra pessoa, é o pessoal descolado e eu realmente acredito que há pessoas super assim desse jeitinho. São os psicopatas. Esses não sentem nada por ninguém a não ser a necessidade de driblar os meios justificando os fins que os interessam, mas isso é uma doença, não é um comportamento que escolheram ter. A religião do desapego é a desculpa do magoado. E para mágoa só existe o tempo e terapia para curar. 
Eu acredito em mágoa profunda, em desapego não...

Lu Mendes


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Resenha: O Exorcista, a série

A princípio O Exorcista como série parece repetir a história original de Regan e todos o seu desenlace. A principio, pois a trama se mostra ao longo do episódio bem diferente do original, exceto pela questão de mostrar-nos dois padres em conflito com sua fé e que se unem de forma sobrenatural para cuidar de um caso que até então não aparentava ser uma possessão. 
O Exorcista começa a surpreender da metade para o final, obviamente não vou dar spoilers pois o lançamento da série foi na sexta-feira, dia 23 de setembro entretanto fiquei muito empolgada com o desfecho do episódio.


O padre mexicano que tem a tarefa de nos trazer maior empatia a causa é o personagem de Alfonso Herrera, o padre Tomás Ortega, que no meio de uma crise financeira na obra de sua igreja se vê começando a ter estranhos sonhos com uma cena de exorcismo protagonizada pelo Padre Marcus (Ben Daniels) enquanto recebe visitas de uma fiel, Angela (Geena Davis) pedindo que interceda em sua casa e sua filha pois acredita sentir uma presença demoníaca em casa. 



Até então tudo se parece muito com o primeiro Exorcista de Linda Blair até que uma cena no sótão da casa muda tudo na trama e você, telespectador, fica com uma sensação de que talvez essa série seja bem diferente do que parecia ser. 
Vale a pena! Abandone sua idéia do O Exorcista original e se deixe capturar por esse piloto empolgante que foi para mim e para outras pessoas com quem conversei, uma grande surpresa!

Lu Mendes

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Zuckerberg e o empoderamento feminino

Mark Zuckerberg, dono do Facebook e do Whatsapp é um desses caras que eu admiro. Não por ser rico mas por ser inteligente, afinal de contas ninguém é admirado somente porque é rico é? Deve haver exceções exatamente como a vovó que comentou na publicação dele.


Os nerds são seres cultuados hoje na nossa sociedade. Eles representam o cara que estuda muito ou é muito inteligente e porque estuda muito ou é muito inteligente tem mais chances de ficar rico. Sabemos que não é bem assim mas as gerações antigas vêem os nerds como máquinas de fazer dinheiro. Ora quanto mais condições de guardar informações na sua cachola você tem e fazer mais sinapses envolvendo situações antigas e novas e cruzando dados então você é uma pessoa inteligente que pode ficar rica. ok? Talvez, mas o que Mark Zuckerberg quis dizer a vovózinha que comentou na sua publicação?
Vovó:"Eu sempre digo as minhas netas que elas devem namorar o nerd da escola porque ele pode se tornar um Mark Zuckerberg! Obrigado FB, eu me reconectei com meus familiares e antigos amigos de escola"

Resposta de Zuckerberg:"Melhor ainda seria encorajá-las a ser A NERD, desta forma elas podem ser as próximas inventoras de sucesso"

Inegável dizer que esse homem ganhou toda a nossa admiração ao ensinar que nossa sociedade deve ser menos machista e incentivar as mulheres a terem carreiras de sucesso ao invés de esperar que os homens as sustentem. Mil likes para Zuckerberg? Bem até onde li ele já tinha 21 mil likes...

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Em busca da selfie perfeita

Tenho lido muita coisa sobre a felicidade x facebook. Um fato é que a felicidade de fato não está no facebook, nem no twitter e nem em qualquer rede social onde você precise de likes para sobreviver. Ai vejo postagens como "Dicas para fazer a selfie perfeita" e percebo que realmente isso está se impregnando em nós. 
O fato é que gostamos muito mais de fotos hoje em dia do que em épocas passadas. A facilidade em se tirar uma foto onde qualquer android mais baratinho já vem com uma câmera exclusiva para selfies é imensa. A chamada câmera frontal. Eu assumo, adoro selfie. Porém ando sentindo a necessidade urgente de menos selfies e mais vida real. 
Não sei quanto a geração vinte e poucos aninhos mas a minha já nem é tão chegada em instagram quanto as gerações mais novas, o que facilita. O desespero por likes de fato não só mostra uma felicidade irreal mas também transitória e efêmera tão absurda que há pessoas com necessidades de selfies a cada hora que espanta a todos nós. O que há de errado com a nossa nova maneira de viver o mundo que nos cerca e o quanto ainda vamos precisar de tempo para nos adaptar as tecnologias que tomam conta de nós ao invés de nós tomarmos conta delas? Isso até me lembra um pouco o filme O exterminador do futuro onde as máquinas dominaram o planeta. Não que iremos chegar a tanto mas será que não estamos no caminho disso? Ao invés de nos conectarmos a pessoas reais, estamos nos conectando uns aos outros somente através das máquinas, numa busca incessante por likes e no desespero de parecer feliz. 
Então vemos pessoas obcecadas em postar a foto da ultima sexta feira com os amigos e a quantidade de cervejas e petiscos a mesa ou a ultima ida a praia sendo que nem estão olhando para o que há em volta. Eu não sei se condeno os celulares, iphones, ipads e tablets ou a mudança de comportamento humano. Afinal quem domina quem? No fundo no fundo não é a máquina que domina o homem nesses momentos mas sua necessidade de parecer feliz para aquela pessoa especial que está nas suas redes sociais e que você ainda não desapegou do desejo de mostrar-se feliz para ela. Sempre há alguém para quem você deseja mostrar sua "felicidade" nas redes sociais, não a todos. E isso me leva a um outro tipo de comportamento que dá pano para manga que é o desapego. O desapego anda tão em moda nos dias atuais que já estão virando religião. A religião do desapego, meu próximo post. 
Fica a dica para os mais jovens, observem como seus pais ou avós vivem a vida sem se importar com as redes sociais e como tem albuns e mais albuns de família guardados para a ....FAMÍLIA. 
Tentemos viver nossas vidas para nós mesmos e menos para os outros ou para a pessoa especial e verá que há um mundo lá fora esperando você desapegar do mundo virtual para colecionar fotos para que somente VOCÊ se recorde dos bons momentos porque de fato...não faz diferença para ninguém se você está em Dubai ou na sua casa. Ninguém liga. Se você faz isso para si mesmo então go ahead, vá em frente e seja feliz com suas selfies, mas se faz buscando aprovação exterior, pare. A única pessoa que tem que lembrar de como você estava linda/o naquela viagem, é você mesma/o. O resto? Só dá likes para que você também de likes nas postagens deles...É realmente disso que você precisa? 

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